terça-feira, abril 10, 2007

Meu Rei,

Por quanto tempo não reviramos o nosso jardim? As folhas já estão secas de tanta estiagem, as pegadas levadas apagando dali ate o ultimo resquício de nós dois.
Mas este cheiro, esse vento que sopra me avisando que no jardim das emoções, como nas folhas secas, por fora tudo indica finalização, mas por dentro é verde vivo. No nosso jardim as pegadas são eternas, porque foram feitas de amor. No nosso jardim, as flores se deitam, mas seu perfume permanece na memória desses amados.Amados poéticos.

O povo mudou, as muralhas caíram. Esse nosso mundo não é mais o mesmo, os novos tomaram conta, nos fizeram velhos e sábios. É nossa vez de ter uma escrita pouco mais cansada, é a nossa hora de um correio mais distante.
E é esse que me motiva a escrevê-lo mais uma vez majestade, pois a nossa vivacidade, a nossa historia, as nossas cartas, tudo isso somos nós e a nós, só nós temos. Guardo comigo as palavras que outrora dissestes e clamo que esta voz que chama constante não seja apenas eco de uma carta selada na caixa de correio, esperando por ser lida.

Com ares de novos tempos, caminho por aqui, mas estando, de quando em quando, por ai, nesse reino que é nosso.De verdade.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Amado Rei,

Sim, mesmo hoje, dia tão importante para vossa majestade tenho a audácia de depositar uma carta selada em uma caixa de correio real, esperando por ser aberta! Sua amada hoje chega e apesar de certas peripécias a ti apresentadas, tudo no fim se torna começo.
Eu também desejo vê-la, mas por ora tranco-me em meu casebre e libero todo este reino para os dois.

O momento que vivo não sei ao certo descrever. A vida me parece como filme e a trilha sonora é sempre composta por melodias tristes e letras engraçadas. O tipo de canção que te fazem rir da própria desgraça, ficar absolutamente sem opinião sobre qualquer coisa ou... ter esperança.
Minhas andanças embora constantes forçam-me a diminuir o passo. Chego a ponto de cessar movimento e deparar-me com um cenário completamente desconhecido, desértico. Não, não penses que estou aqui a me lamentar. Você mesmo sabe o quão bela é a solidão! Tudo tem um tom de cinza escarlate, se isso possível for.

E quantos simbolismos caminham junto a nós, não é mesmo? Textos, imagens, canções..um pedacinho meu ali, um cheiro seu acolá. Esse onibus, aquele banco, mesinhas de bar, então!, quantas historias a contar(e contamos) sobre elas! Há sempre algo a perdurar a companhia, voluntária e involuntariamente. A gente tende a se imortalizar.

Tenho feito muitos calendários, agendas e planejamentos. Tudo está organizado como nunca! Acho que assim crio uma desculpa pro meu ócio. Meus momentos de diversão são muito mais divertidos, pois me forço a acreditar que são merecidos. As tarefas, sempre tão pequenas, são realizadas sem esforço e logo estou eu a dar tapas em minhas próprias costas contemplando minhas realizações. Ué, aconselham-nos a ter orgulho de nós mesmos, cultivar o amor próprio e lutar passo a passo em prol de um bem maior... "de grão em grão a galinha enche o papo", dizem...
Ora, não penses que sou burra a ponto de enganar a mim mesma! A verdade é de vez em quando gosto de testar meu lado fraco pra ver se mais fraca fico ainda. Aquela famosa auto-sabotagem.
Mas ao menos tenho consciência!!! Uffa...!

Não penses mais em sua realeza. Vossa Majestade disserta sobre o peso da coroa em seus cabelos, mas a primeira tarefa real que exercita (ainda pela manhã) é coloca-la e admirar sua beleza. Obter a realeza é algo que independe de nós, tens razão. Mas fazer desta um fardo é questão de múltipla escolha.

Com felicitações pelo futuro,

Teresa.


*Peça a esta amada sua que me convide para trotear por esses reinos, qualquer dia.

terça-feira, setembro 26, 2006

Santíssima,

Sabia que desta oferta eu não poderia fugir por mais tempo.Trabalhar com imagens e tentar delas tirar algum significado, algo que não tenha ainda sido dito em tanta cor e textura foi realmente dificil.Selecionar entre mil, poucas que fizessem sentido, mostrassem o quao bom é lhe ter ao lado, rindo, chorando, comendo e em momentos de pura constatação libidinosa.Fico feliz por ter gostado deste hulmilde presente.Saiba ao todo que foi de coração e feito a mão, com demasiado suor, por mim, sua majestade.

Ora, mais se passamos por momentos não é memo?Encontro-me completamente angustiado e com medo.Um medo que nao tem sentido e nem se mostra a todo momentos.Mais é que ainda é tão ruim saber que nao possuo o controle de tudo e todos.É tão ruim ser Rei, ordenar tudo com a maior e melhor dedicaçao, para no fim ver seu cansaço jogado fora.A minha amada chega amanha e nem mesmo pode-la buscar na porta do Reino vou poder.Existem muitos afazeres que predem por aqui, dentro deste castelo.Vivo uma vida que não é minha e a cada dia que passa sonho por liberdade, menos afazeres e mais amor.Muito amor, pois deste... Estou precisando ser regado.Ela vai passar suas primeiras horas em terras nossas sem me ver.Acabo de receber a noticia que tambem almoçará com parentes, os senhores da corte visinha.Sao tantos os compromissos do mundo de hoje que até adiar para um beijo é necessario olhar a "agenda"

E ainda, Theresa, tens coragem de me dizer para não ligar para as pequenas coisas.Ora como sei que estas certa.Tão correta que não consigo levar o conselho para minha a vida adentro e po-lo em pratica.Tao dificil é lidar com os problemas.Pensar, pensar, pensar, pensar... Para quem sabe alcança a tao desejada vaga diplomatica.Deixar de ser Rei e sair pelo mundo a cantar, ouvir cada soar de sino, ajudar os passaros a abrir a conrtina da primavera e em seu palco interpretar.Viver vidas que nao sao minhas, lhe ter ali sentada... olhando anciosa para os aplausos finais... É tudo isso quero e por isso, por minha amada e por voce santa, que nao me desfaço das coisas e deixo o mundo a cavalgadas.

Tenho tao pouco tempo que o tempo ja começas a me devorar.Os criados me gritam a todo momento e, as vezes, chego a pensar em elaborar uma lei proibindo de pronunciar o nome do Rei em pequenos intervalos de hora.Ah!Devaneios... Penso que nao ando bem da bola.

Vou aos afazeres, pois muito tenho que rezar para a noite passar, para que a manha de amanha nao existe e que a tardinha chegue mais rapido do que a luz.

Sua Majestade,

Rei de Ouros

quarta-feira, setembro 20, 2006

Amado Rei,

Não tens idéia do que me provocou o presente dado por ti. Ver-nos estampados nos pilares de minha morada, não só momentos, mas tanto sentimento registrado para o sempre em forma de imagens, me felicita mais do que qualquer outro.

A sua ausência, não pense que não foi sentida, mas muito mais compreendida do que imaginas. O tempo, flexível como só ele, nos prega muitas peças, mas nos dá uma certeza: é a esperança de tudo mudar. È claro que muitas das circunstancias dispostas ao tempo, hão de prolongar-se pelo sempre e uma dessas, espero, seja nossos correios, assim como o ‘nós’ derivante a ele.

Ah, esta sua amada faz sim, uma falta incomparável. Embora esse tempo, que nos tem sido aliado, de uma rapidez constante, também não posso negar que tenha nos feito bem tamanha saudade. Pudemos relembrar o quão bonito é esse reinado que juntos construímos e todas essas mudanças que a vida nos fez preservar. É emocionante ver as flores que plantamos juntas às pegadas dela, fofas na terra dos amores nossos.

Agradeço-lhe por ser este que tento e não quero mudar. Confesso que passei por fases onde pensei que minha estadia neste reino estivesse no fim, não digo isto da minha amizade por vossa majestade, é claro que não!Mas da vontade de desistir do dito perfeito. A verdade, e agora a vejo, é que este o lugar mais seguro e aconchegante que posso encontrar. Aqui, o abraço é meu consolo preferido. Aqui, converso com as flores e o vento guia meus passos. Aqui o tenho, e tens a mim, e temos a ela. E temos a muitos que nos amam sem medo.

Escrever-te, ou descrever-te, tornou-se fluido como água corrente. É fabuloso ver como conseguimos decifrar a alma com tanta facilidade e molda-la em palavras. Veja bem, aqui estou a dissertar-lhe e havia até mesmo esquecido do cigarro recém aceso. Lembra-se da primeira carta, de apresentação, de fato, um dos mais dolorosos textos de minha existência, e agora me vejo aqui com nervos a flor da pele, porém serena como flor.
Enfim, me estendo e a cinza já ameaça atingir o tapete.

Com ânsias de mais,

Teresa.

sábado, agosto 26, 2006

Santíssima,

Confesso que demorei deveras para lhe escrever mas é que os momentos foram muito severos e rápidos e o tempo passou como água corrente aqui pelo Reino.Andava tão desatualizado da dia dentro do mesmo que as vezes até me confrontava com a idéia de deixá-lo para tras e recomeçar uma nova morada.Mas não.

Este tempo longe de minha amada fez-me perceber como o amor pode superar barreiras e qualquer tipo de medo insegurança.Neste momento em minha vitrola toca a musica de traçou a historia de minha amada para comigo pelas arvores de nossa flores...os pelos me sombem..as rosas florescem...e realmente é ele quem explica a minha paz.

Santa companheira..resolvi lhe escrever para alegar mais uma vez o que sempre quero te tenho orgulho em o fazer.Essa vida nossa, esta amiozade nossa, essa verdade que é só nossa, não precisa de muito para percebermos como um ou o outro está.O castelo esta repleto de saudades..as paredes pintadas, todas, e tudo a espera dele.E nesta intensa fase quem esta por perto é você,quem cuida dos meus girassois quando acordo sem a minina vontade de levantar de minha cama real e por o meu roupão vinha real, com meus chinelos de plumas reais é você.Quando não quero ver o tempo,quero que chove faça sol,quero que rasguem os animais e deles tirem o grito oculto da saudade as esquina,quem n me deixa culpar os pobres e indefesos animais por minhas audácias,é voce!

Por isso virgem...saiba que sua estada neste Castelo é uma das coisas mais bonitas que ja me ocorreu.E saiba mais..as muralhas deste velho e caloroso reino vão estar sempre abertas para que vc desfrute do que quiser aqui por dentro, mundo a fora.A minha cavalaria continua a sua deseposição...mesmo que os cavalos tropecem e percam o galope, aqui vc ha de chegar quando e na hora que quiser,desejar.

Já vou indo... a noite ontem repleta de jogatinas e apostas reais me deixou um pouco cansado.Descanse você tambem.

Sua Alteza,

Rei de Ouros

terça-feira, agosto 22, 2006

Antologia poética de um reinado invisível

Assim começa a história, que sem fim, acaba a qualquer hora.
O que foi, será, de tão lindo, um novo começo.
Mas começar pelo que não foi leva-nos adiante.
Eu começo por que parei e paro por que não comecei.



Teresa.

segunda-feira, maio 29, 2006

Alteza,

Como a gente muda! E, esse instável sentimento de mudança permanente afaga e fere a alma dos que a ele dão importância! De uma coisa temos absoluta certeza, a vida não é a mesma. E se me perguntardes quando, por que, como tudo mudou? Dir-te-ei que não sei, não sei bem se sei ou se gostaria de saber. Só sei que, um dia, soube.
E lutei, lutei por preservar o que a mim era de suma importância, até que percebi que o que salvava não queria, nem mesmo podia ser salvo. Não era necessário. A necessidade, muitas vezes, confunde-se com a importância.

Já não reclamo do que não posso controlar, aprendi a aceitar que as coisas as vezes tem de dar errado, para darem certo. Sim, majestade, já não me atormenta a agonia dos que almejam, mas a dor do fracasso. É uma melancolia, de pouco ruim, onde não há nada mais a fazer que não seja deixar acontecer o que já vem acontecendo. Ou não. O ‘tanto faz’ me assoma.

Pareço a ti infeliz? Ah, não, nem um pouco. Eu, que tanto vivi atrelada a outras vidas, agora gozo de individualidade.
Passei muito tempo dependendo dos que não de mim dependiam, repartindo sem ter o que repartir, me importando sem ter (aparentemente) com o que me importar.
Os laços que criei agora são desfeitos e meus pulsos marcados latejam em liberdade.
Mas, as fitas, ah!, essas eu guardo!

Engraçado que, trilhamos um tão tortuoso caminho que nem ao menos damos importância à razão de tudo isso. Tantas provações para acordamos em uma manhã cinzenta e descobrir que o que realmente buscamos é algo ou alguém que nos confirme como nós mesmos.
Alguém que nos olhe nos olhos e diga: “Sim, você existe”. “Eu te vejo”. “Eu sinto o que você sente.” “Eu concordo com você”. Buscamos um lindo e simples ‘Também sou assim. ’
Quem nunca pensou que fosse o único, quem nunca se sentiu diferente? E quem, nunca cultuou tal diferença, apenas para esconder e reprimir seu eu ‘não aceito’?!

Ora, mas assim tão descomplicado? E por que a vida têm de ser complexa? É mais uma das prepotências do ser humano. Sempre achamos que tudo gira em torno de nós. E os outros? Os outros estão aos nossos pés!
Sabe, ‘um dia, o homem vai descobrir que os ETs pesquisavam as formigas’..

Saudações saudosas,
Teresa.

*Eu e meus encontros, não é mesmo?! A vida já tinha me entregado você e, pelo jeito, resolveu me completar mais ainda. Desfruto de um que me saiu melhor do que qualquer procura.. estava tão perto que nem ao menos vi. Esse, é de sangue.