sexta-feira, dezembro 23, 2005

Meu rei,

Não tens ideia da dádiva que me proporcionas ao criar este espaço. Por meio deste aclamar e reclamarei tudo que acontece dentro e fora de tão vasto reino que obtiverdes. Quanto às regras? Não as estipularemos.. aliás, ledo engano que temos ao pensar que temos controle de tudo que nos pertença. As regras, mesmo que ainda desconhecidas, já estão estipuladas e só descobriremos seus fundamentos, uma vez quebradas. Sigilo?Segredo? Já o temos mesmo sem querer. Por mais que tornemos nossos escritos públicos cabe apenas a nós o completo entendimento dos mesmos. Muitos podem nos ver mas nunca nos enxergar.

Bom, como entidade mor de caridade humanitária, comunico que de tanto ouvir todos os possíveis e impossíveis desabafos de seu povo, já não sei se tenho reclamação alguma que possa ser responsabilizada. O departamento de minha jurisdição carece de fundação. Eu, representante principal de tal , de irrefreável necessidade de seu povo, temo que meus dias de trabalho tenham chegado ao fim. Peço ao senhor, meu rei, que me permita fugir, que me permita ir aos confins de seu reino e que por lá me detenha. Servirei a ti e a ti apenas, com a esperança que sua majestade ( mesmo com tantas obrigações e deveres que o fazem o que és), também olhes para mim. Proponho aqui, uma aliança. Não necessito de armas ou equipamentos de proteção, apenas um pedaço de terra que possa chamar de meu, mas com vista para o seu jardim. Contigo, tenho certeza que me reencontrarei como já me perdi tantas outras vezes.
Meus serviços estão e estarão sempre ao seu dispor e vontade.
Theresa.
*PS: Hoje, com os pés na areia molhada avistando as estrelas penso, por quê tudo o que mais queremos é sempre belo, simples e inalcansável?!